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IBGE lança concurso temporário de 9.580 vagas; FGV organiza seleção

IBGE lança concurso temporário de 9.580 vagas; FGV organiza seleção

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) acaba de anunciar um concurso temporário com quase dez mil oportunidades, e a notícia já está dando o que falar nas secretarias de Recursos Humanos do país.

Na terça‑feira, 12 de agosto de 2025, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) publicaram a Portaria Conjunta nº 58/2025, assinado pelas ministras Esther Dweck e Simone Tebet. O documento autoriza o IBGE a contratar, por prazo determinado, até 9.580 profissionais para atender demandas de excepcional interesse público.

Contexto e importância do concurso temporário

Desde a última grande contratação temporária em 2023 – quando foram aprovados 8.141 cargos – o órgão enfrentava um déficit de pessoal para conduzir suas pesquisas decenais, como o Censo e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). A necessidade disparou com a expansão de projetos de mapeamento socioeconômico nas áreas rurais e nos municípios da Região Nordeste, que, segundo o próprio IBGE, ainda têm cobertura parcial.

Especialistas apontam que a flexibilidade dos contratos temporários permite ao instituto reagir rápido a emergências, como o monitoramento de desastres naturais ou de surtos epidemiológicos. "É a resposta ágil que o Estado precisava para manter a qualidade dos dados estatísticos," comenta Carlos Nunes, analista senior da Fundação Getúlio Vargas.

Detalhes da Portaria e das vagas

Do total de 9.580 vagas, 8.480 serão preenchidas por Agentes de Pesquisas e Mapeamento, responsáveis pela coleta de informações de campo, enquanto 1.100 vagas destinam‑se a Supervisores de Coleta e Qualidade, que vão coordenar e garantir a integridade dos dados.

  • Salário do Agente: R$ 2.676,24
  • Salário do Supervisor: R$ 3.379,00
  • Benefícios: Auxílio Alimentação, Auxílio Transporte e Auxílio Pré‑escolar
  • Contratos: 12 meses, prorrogáveis por até 3 anos
  • Distribuição: cerca de 530 municípios, de Norte a Sul

O requisito mínimo é nível médio completo, o que abre a porta para milhares de jovens que estão estudando para concursos efetivos. A jornada prevista varia entre 40 e 44 horas semanais, com possibilidade de trabalho em regime híbrido em algumas capitais.

Processo seletivo e papel da FGV

Processo seletivo e papel da FGV

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi designada como banca organizadora do processo seletivo simplificado. Ela deverá publicar dois editais – um para os cargos de agente e outro para supervisor – em até seis meses, ou seja, até fevereiro de 2026. O edital contará com provas objetivas e avaliação de títulos, seguindo a legislação que regula concursos públicos temporários.

Segundo a diretora de concursos da FGV, Mariana Santos, a seleção será amplamente divulgada nos portais de emprego do governo e nas redes sociais do próprio IBGE, garantindo que candidatos de todas as regiões tenham acesso igualitário.

Reações de especialistas e impactos regionais

Organizações de trabalhadores do setor público, como o sindicato **SINTUFS**, saudaram a medida, ressaltando que "a contratação temporária ainda é a melhor alternativa para suprir carências imediatas sem comprometer a sustentabilidade fiscal". Por outro lado, alguns analistas de políticas públicas criticam a dependência de contratos curtos, argumentando que a rotatividade pode afetar a qualidade dos levantamentos de longo prazo.

Nos municípios do interior, a novidade já gera expectativa. Em Caruaru (PE), a prefeitura informou que 12 vagas de agente já foram destinadas ao Conselho Municipal de Desenvolvimento, prometendo dinamizar o levantamento de indicadores de educação e saúde.

Próximos passos e o que esperar

Próximos passos e o que esperar

Com a assinatura da portaria, o próximo passo é a formalização do contrato entre o IBGE e a FGV, que deve ocorrer dentro do prazo legal de seis meses. Após a publicação dos editais, os candidatos terão entre 30 e 45 dias para se inscrever, e as provas terão início ainda em 2026, seguindo o cronograma definido pela banca.

Se tudo correr como planejado, os primeiros contratos serão assinados ainda em 2026, permitindo que as equipes de campo iniciem as pesquisas de mapeamento antes da próxima grande rodada de levantamento socioeconômico prevista para 2028.

Perguntas Frequentes

Quantas vagas serão oferecidas para Agentes de Pesquisas?

Serão 8.480 vagas de Agente de Pesquisas e Mapeamento, distribuídas em cerca de 530 municípios, com remuneração de R$ 2.676,24 e benefícios de alimentação, transporte e pré‑escolar.

Qual a data prevista para a publicação dos editais?

Os editais deverão ser publicados até fevereiro de 2026, no prazo máximo de seis meses após a assinatura da Portaria Conjunta nº 58/2025.

Quais requisitos são exigidos dos candidatos?

É exigido nível médio completo como requisito mínimo. Não há necessidade de experiência prévia, porém o candidato deve estar apto a viajar e trabalhar em campo.

Qual o papel da Fundação Getúlio Vargas neste concurso?

A FGV atua como banca organizadora, responsável por elaborar, aplicar e corrigir as provas, além de gerir a divulgação e a fase de homologação dos resultados.

Como a contratação temporária pode impactar a qualidade dos dados do IBGE?

Especialistas afirmam que a contratação de profissionais temporários permite a rápida ampliação da equipe de campo, mas o sucesso depende da formação adequada e da supervisão eficaz dos Supervisores de Coleta, garantindo a consistência dos levantamentos.

Rogerio Rodrigues

Rogerio Rodrigues

Sou Otávio Ramalho, jornalista especializado em notícias diárias do Brasil. Me dedico a trazer as últimas atualizações para meu público, sempre buscando a verdade e a precisão dos fatos. Além disso, gosto de analisar o impacto das notícias no dia a dia dos brasileiros e escrever artigos que provoquem reflexão.

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8 Comentários

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    Cinthya Lopes

    outubro 6, 2025 AT 21:37

    Ah, que novidade gloriosa: mais vagas temporárias para encher o currículo de quem ainda não tem nada de permanente. O IBGE, claro, precisou de “agilidade” para mapear a pobreza, afinal, quem tem tempo para investir em soluções de longo prazo quando se pode contratar por 12 meses, não é mesmo?

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    Fellipe Gabriel Moraes Gonçalves

    outubro 13, 2025 AT 06:06

    é, parece que vai rolar um monte de gente nova pra ajudar a contar quantas pessoas tão sem emprego. bora estudar e arrumar o cadastro, que a concorrência já tá grande.

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    Rachel Danger W

    outubro 19, 2025 AT 14:34

    Olha, eu sempre suspeitei que esses concursos são só fachada para esconder quem realmente controla os dados. Cada contrato temporário pode ser uma porta secreta pra agências que ainda não foram reveladas ao público, e a gente tem que ficar esperto.

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    Davi Ferreira

    outubro 25, 2025 AT 23:02

    Galera, essa é uma ótima chance pra quem quer entrar no serviço público e ganhar experiência de campo! Com quase 9.6 mil vagas, tem espaço pra todo mundo que se dedica nos estudos. Vamos aproveitar e mostrar que a nossa geração está pronta!

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    Marcelo Monteiro

    novembro 1, 2025 AT 07:30

    É realmente um alvoroço digno de aplausos quando o Estado decide, com a sua habitual pompa burocrática, criar mais um concurso temporário. Primeiro, devemos reconhecer a genialidade de se oferecer quase dez mil oportunidades em um momento em que o mercado de trabalho ainda está ainda mais incerto. Segundo, a distribuição destas vagas em mais de cinco centenas de municípios demonstra, ao menos na superfície, um comprometimento com a descentralização. Contudo, não podemos deixar de observar que a natureza temporária desses contratos pode gerar um fosso entre a necessidade de continuidade dos projetos e a rotatividade incessante de pessoal. A cada doze meses, haverá uma nova onda de agentes que necessitarão ser treinados, supervisionados e, inevitavelmente, substituirão os que já deixaram o serviço. Isso implica em custos adicionais de capacitação que não são levados em conta nos números oficiais. Além disso, a perspectiva de prorrogação de até três anos ainda deixa no ar uma incerteza sobre a estabilidade dos dados coletados. Há ainda o ponto da remuneração: embora os salários pareçam competitivos, eles permanecem aquém do que seria necessário para atrair talentos com formação sólida em estatística ou geografia. Outro aspecto relevante é a exigência de nível médio, que abre as portas para um grande número de candidatos, mas talvez exclua aqueles com formação superior que poderiam elevar a qualidade das análises. Não podemos esquecer a importância dos supervisores de coleta, que são pilares fundamentais para garantir a integridade dos levantamentos. Sem uma supervisão eficaz, os dados podem se tornar tão voláteis quanto a própria mão de obra temporária. Por fim, essa medida, embora bem-intencionada, levanta questões sobre a estratégia de longo prazo do IBGE, que precisa equilibrar rapidez e precisão. Em resumo, o concurso é uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo que suprirá necessidades imediatas, talvez comprometa a consistência dos estudos futuros.

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    Jeferson Kersten

    novembro 7, 2025 AT 15:59

    Um tanto pretensioso.

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    Marco Antonio Andrade

    novembro 14, 2025 AT 00:27

    Concordo que a rotatividade pode ser um problema, mas também devemos lembrar que esses agentes trazem vivência prática nas comunidades locais, algo que profissionais fixos nem sempre conseguem captar.

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    Ryane Santos

    novembro 20, 2025 AT 08:55

    A análise está correta, porém vale mencionar que a análise de custo-benefício não leva em conta a externalidade positiva de gerar emprego temporário em regiões carentes.

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