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Globo estreia 'Terceirão' e revela dramas do último ano do Ensino Médio

Quando Manoela, estudante do ensino médio, compartilhou suas dúvidas sobre o futuro, o estudante da escola em Minas Gerais acordou o público para a realidade de milhares de jovens, o documentário "Terceirão – Um ano, quatro vidas" chegou às telas da TV Globo na noite de 9 de outubro de 2023, prometendo abrir uma janela para o que acontece nos bastidores do último ano escolar. O programa, produzido pela equipe de jornalismo da Globo, foi precedido por uma pré‑estreia na quarta‑feira, 8 de outubro, no Cinesystem Morumbi Town Shopping, em São Paulo. Lá, os protagonistas – Bianca, Micael e Luiza – além dos diretores Eliane, diretora e Caio, diretor – foram recebidos por estudantes, professores e convidados especiais, marcando o início de uma conversa nacional sobre educação e juventude.
Como nasceu o projeto "Terceirão"?
Em 2022, a redação de jornalismo da Globo decidiu seguir o rastro de quatro adolescentes por um ano inteiro, capturando cada prova, cada lágrima e cada gargalhada. O objetivo era criar um retrato íntimo do que a mídia costuma resumir em manchetes: a corrida para o vestibular, a ansiedade crescente e a pressão familiar. Para isso, a equipe instalou pequenas câmeras nas salas de aula, nas casas e até nos ônibus de viagem das férias. "Queríamos que os jovens contassem a própria história, sem filtros", explicou Caio durante a coletiva de imprensa.
Os quatro protagonistas e seus mundos diferentes
Manoela, de 17 anos, vem de uma cidade do interior de Minas. Ela sonha em estudar medicina, mas tem que dividir o tempo entre os estudos e o trabalho na feira da família. Bianca, de 18, mora em Salvador e luta contra a pressão de ser a primeira da família a ingressar na universidade. Micael, de 17, vive em Porto Alegre e descreve a fase como "um túnel sem luz", sobretudo por causa da ansiedade que o impede de se concentrar nas provas. Por fim, Luiza, de 18, cresceu em uma comunidade de rua em São Paulo e vê no ensino médio a única porta para mudar de vida. Cada história traz à tona desigualdades regionais e socioeconômicas que costumam ficar escondidas nas estatísticas.
Vestibular, saúde mental e a sobrecarga dos jovens
O "terceirão" não é só sobre matérias e provas; ele também tem sido descrito como um campo minado de saúde mental. Durante o acompanhamento, Micael revelou que sofria de ataques de pânico antes de cada simulado. O psicólogo da escola, Dr. Rafael Silva, alertou que 72% dos estudantes entrevistados apresentavam sinais de ansiedade severa. Bianca, por outro lado, contou que a pressão da família para escolher um curso “seguro” a fez perder a confiança em suas próprias paixões. A produção investiu em entrevistas com especialistas em psicologia educacional para mostrar que o sofrimento não é exceção, mas regra.

Desigualdade social e reconexão familiar
O período também trouxe à tona a disparidade de recursos. Enquanto Luiza precisava percorrer duas horas de ônibus para chegar à escola, Manoela contava com apoio financeiro da família para materiais e aulas particulares. O documentário evidencia como o acesso a tutores, internet de qualidade e até um ambiente tranquilo para estudar pode mudar drasticamente as chances de aprovação. Além disso, muitos jovens relataram que o último ano foi uma oportunidade de reencontrar parentes distantes. "O vestibular me fez conversar com minha avó, que mora em outra cidade, porque eu precisava de força", disse Luiza durante a pré‑estreia.
Reações do público e o que vem pela frente
Desde a pré‑estreia, críticos de televisão elogiaram a abordagem honesta do projeto. O portal Poltrona Nerd descreveu a série como "uma aula de empatia para toda a sociedade". Já o portal TV e Streaming apontou que o documentário pode influenciar políticas públicas ao colocar a saúde mental dos estudantes na agenda dos deputados. A Globo pretende usar o conteúdo em campanhas nas redes sociais, incentivando escolas a criar ambientes de apoio emocional. O próximo passo? Um debate ao vivo, marcado para 15 de outubro, entre educadores, psicólogos e representantes de movimentos estudantis.

Por que assistir agora?
Se você ainda não decidiu se vai acompanhar o último ano dos seus filhos, irmãos ou vizinhos, "Terceirão" pode ser o ponto de partida para entender o que realmente acontece nos corredores das escolas brasileiras. Cada minuto de tela traz um caso real, sem roteiros, sem filtros, apenas a verdade crua dos adolescentes que, como você, sonham, temem e lutam por um futuro melhor. Não é apenas entretenimento; é um alerta que a sociedade não pode ignorar.
Perguntas Frequentes
Como o "Terceirão" aborda a questão da saúde mental?
O documentário mostra, através dos relatos de Micael e de especialistas como o Dr. Rafael Silva, que mais de 70% dos estudantes sentem ansiedade intensa. As imagens trazem sessões de terapia e conversas abertas, destacando a necessidade de apoio psicológico nas escolas.
Quem são os diretores responsáveis pelo projeto?
Eliane, diretora da equipe de jornalismo da Globo, e Caio, seu co‑diretor, lideraram a produção. Ambos têm longa trajetória em projetos investigativos e foram os responsáveis por acompanhar os jovens durante todo o ano.
Qual a relevância do documentário para a discussão educacional no Brasil?
Ao revelar disparidades de acesso a recursos e a pressão dos vestibulares, o filme oferece dados que podem embasar propostas de políticas públicas voltadas ao apoio psicológico e à equalização de oportunidades nas escolas.
Quando e onde será a estreia oficial?
A transmissão nacional ocorre na noite de 9 de outubro de 2023, durante a grade da TV Globo, alcançando milhões de telespectadores em todo o país.
O documentário está disponível para assistir online?
Após a estreia, os episódios serão disponibilizados no GloboPlay, permitindo que o público acesse o conteúdo sob demanda, complementando a transmissão ao vivo.
Glaucia Albertoni
outubro 11, 2025 AT 04:05Ah, então o Terceirão virou série de suspense agora? 😂 Não é todo dia que a Globo nos dá um reality escolar, mas nada de drama de novela, né? Pelo menos a gente já sabe quem vai chorar no vestibular.