Rogerio Rodrigues out
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Áudio vazado de Mônica Waldvogel causa polêmica ao criticar Netanyahu

Áudio vazado de Mônica Waldvogel causa polêmica ao criticar Netanyahu

Quando Mônica Waldvogel, apresentadora da GloboNews teve seu comentário filtrado ao vivo, o Brasil acordou dividido. O áudio, que escapou aos 7h02 (horário de Brasília) do dia 13 de outubro de 2024, trazia a frase "Nossa, espero que o diabo tenha…" enquanto o primeiro‑ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursava sobre reféns e a Faixa de Gaza.

Contexto do vazamento

O incidente ocorreu durante a transmissão do programa Em Ponto, exibido de segunda a sexta das 6h às 8h30 pela GloboNews. A produção acontece nos estúdios do Globo News Center, localizado na Rua da Matriz, 30, Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Um erro técnico – segundo a emissora, falha na chave de áudio – fez com que a fala fosse captada antes de ser cortada.

Vale lembrar que este não foi o primeiro deslize de Waldvogel na emissora. Em junho passado, a jornalista se emocionou ao comentar o PL‑5069/2016, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante, e, em 2021, foi flagrada fumando durante o programa Em Pauta. Cada episódio gerou repercussão, mas nenhum chegou a abalar a reputação construída ao longo de quatro décadas.

Reações políticas

O vazamento imediatamente virou alvo de críticas de parlamentares de direita. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filiado ao PL‑SP, descreveu a fala como "inaceitável" e pediu a remoção do trecho da plataforma Globoplay. Já o deputado Nikolas Ferreira, do PL‑MG, afirmou no X que "o pedido de paz era só pra fomentar discurso ideológico" e prometeu divulgar a gravação completa.

Kim Kataguiri, também do PL‑SP, classifica o episódio como "um absurdo" e acusa a Globo de parcialidade. Para esses políticos, a transmissão deveria ter sido interrompida antes de qualquer comentário pessoal, sob pena de comprometer a neutralidade jornalística.

Defesas da comunidade palestina e da sociedade civil

Do outro lado, a Federação Árabe Palestina no Brasil, entidade fundada em 1954 e presidida por Faisal Karam, recebeu o áudio como demonstração de apoio ao povo palestino. Comentários no Instagram da federação exaltaram a postura de Waldvogel, com a atriz Paula Burlamaqui dizendo "Muito bem xingado" e outro usuário completando "Essa jornalista nos representa".

Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional Brasil, ainda não se pronunciaram oficialmente, mas observaram que a reação polarizada evidencia a sensibilidade do conflito israelo‑palestino no cenário brasileiro.

Análise de especialistas em mídia

Para entender o impacto do episódio, o professor Sérgio Murillo de Paula, doutor em comunicação pela USP, destaca que "Mônica Waldvogel mantém credibilidade consolidada após quatro décadas de jornalismo, embora suscetível a erros pontuais". Segundo ele, o caso ilustra o desafio das redes ao vivo, onde a delimitação entre opinião pessoal e cobertura factual pode se desfazer num segundo.

Especialistas em direito eleitoral apontam que o episódio poderia ser usado por candidatos para reforçar narrativas de censura ou de apoio ao conflito, reforçando ainda mais a tensão entre mídia e política no país.

Impacto na GloboNews e possíveis consequências

Até o momento, o Grupo Globo não divulgou nenhum comunicado oficial sobre sanções ou medidas corretivas. O protocolo interno da emissora, segundo fontes da própria redação, prevê revisão de procedimentos técnicos e treinamento de apresentadores para evitar novos vazamentos.

Analistas de mercado de mídia estimam que, embora o episódio possa gerar picos de audiência nas redes sociais, o efeito a longo prazo sobre a confiança do público na GloboNews será limitado, dado o histórico de credibilidade da cadeia.

Antecedentes de controvérsias envolvendo Waldvogel

  • 14 de junho de 2024 – choro ao comentar PL‑5069/2016 sobre aborto.
  • Julho de 2021 – flagrada fumando durante transmissão ao vivo.
  • Março de 2023 – entrevista mais acirrada com deputado crítico ao governo federal.

Esses episódios mostram um padrão de momentos inesperados que, embora gerem manchetes, raramente resultam em punições severas.

Perguntas Frequentes

Como o vazamento afetou a credibilidade de Mônica Waldvogel?

Especialistas apontam que, apesar do deslize, Waldvogel continua sendo vista como uma das jornalistas mais confiáveis da TV brasileira. O incidente pode ter gerado dúvidas pontuais, mas o histórico de quatro décadas costuma equilibrar a balança.

Quais foram as reações dos políticos de direita ao áudio?

Deputados como Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira e Kim Kataguiri condenaram a fala como "inaceitável" e "absurda", pedindo que a Globo retire o trecho e enfatizando que a emissora deveria ser imparcial.

Qual foi o posicionamento da Federação Árabe Palestina no Brasil?

A federação elogiou Waldvogel, alegando que seu comentário refletiu a indignação legítima perante o conflito. Comentários de apoiadores foram publicados no Instagram da entidade, destacando a jornalista como "representante" da causa palestina.

A GloboNews adotará novas regras para evitar vazamentos?

Até o fechamento desta reportagem, a emissora não havia anunciado mudanças formais, mas fontes internas confirmam que a equipe técnica está revisando protocolos de áudio e reforçando treinamentos para apresentadores.

Qual o contexto do discurso de Netanyahu que estava sendo transmitido?

No momento do vazamento, Netanyahu falava sobre a necessidade de um cessar‑fogo na Faixa de Gaza e a libertação de reféns mantidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a atual escalada de violência.

Rogerio Rodrigues

Rogerio Rodrigues

Sou Otávio Ramalho, jornalista especializado em notícias diárias do Brasil. Me dedico a trazer as últimas atualizações para meu público, sempre buscando a verdade e a precisão dos fatos. Além disso, gosto de analisar o impacto das notícias no dia a dia dos brasileiros e escrever artigos que provoquem reflexão.

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1 Comentários

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    Michele Souza

    outubro 14, 2025 AT 23:25

    Vamo ficar calmo e ouvir os fatos.

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